Estudo do INPE MCTI sobre a Floresta Amazônica é capa da revista Science Advances
- Solucionários & Resumos
- 16 de out. de 2020
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Atualizado: 16 de mar. de 2021
Segundo Celso Silva Jr., doutorando em Sensoriamento Remoto no INPE MCTI e um dos autores do estudo, "entre 2001 e 2015 o desmatamento na Amazônia foi responsável por uma perda de 2,6 bilhões de toneladas de carbono, enquanto que o efeito de borda causou uma perda adicional de 947 milhões de toneladas", evidenciando o quanto as ações antrópicas na Amazônia contribuem para a emissão desse gás.
A pesquisa foi feita utilizando dados de escaneamento 3D a laser LIDAR aerotransportado sobre a floresta amazônica e mapas de 16 anos (2000-2015) da cobertura florestal. Dessa forma, cientistas do Brasil, Europa e Estados Unidos da America, quantificaram, a partir de uma análise integrada, a perda dos estoques de carbono do bioma Amazônia devido ao desmatamento e ao efeito de borda e descobriram que efeitos indiretos do desmatamento podem causar perdas de carbono não contabilizadas na Amazônia. Por sua relevância, o estudo foi capa da prestigiada revista científica Science Advances.
Ainda, Silva ressalta que a perda adicional de carbono pelo efeito de borda não é considerada nos inventários de gases de efeito estufa e nos balanços globais de carbono, o que compromete a eficácia dos planos de compensação da emissão desse gás, uma vez que as próprias emissões de carbono são subestimadas. Vale ressaltar que se tem como necessário a manutenção do carbono estocado nas florestas para evitar o agravamento da crise climática global.
Luiz Aragão, Chefe do Divisão de Observação da Terra e Geoinformática - DIOTG do INPE onde o estudo foi conduzido, e co-autor, enfatiza que este estudo construiu uma importante base de conhecimento para a gestão dos recursos naturais destinados a mitigação das mudanças climáticas e desenvolvimento sustentável nos países amazônicos.
Por fim, segundo Dr. Luiz de Aragão, “Conhecer a real dimensão das emissões de dióxido de carbono relacionadas às ações antrópicas na Amazônia é o primeiro passo para desenvolver estratégias específicas para lidar com cada componente responsável por essas emissões, incluindo desmatamento, efeito de borda, incêndios florestais e extração seletiva de madeira. O conhecimento da magnitude dessas emissões abordadas no artigo demonstra que qualquer intervenção na floresta não pode ser desordenada, estas devem ser planejadas, dentro de um escopo de planejamento do uso da paisagem, visando minimizar a formação das bordas florestais", conclui Luiz de Aragão.
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